sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Os mitos e verdades sobre o Jejum

Muitas pessoas acreditam que ficar muito tempo sem ingerir alimento represente um ótimo caminho para a perda de gordura corporal, ou para "desintoxicar" o organismo. 

O que de fato ocorre quando ficamos seis horas ou mais sem ingerir alimentos? Nosso corpo responde a isso com grande eficiência. Diversos hormônios são secretados à corrente sanguínea com o intuito de preservar os tecidos mais nobres (tecido nervoso) e reduzir outros não tão importantes naquela situação. 

Com isso, teremos a redução da massa magra (principalmente massa muscular) que servirá de matéria-prima para o funcionamento do tecido nervoso. É como se houvesse dentro de cada um de nós um grande administrador que reduz as despesas e aumenta a receita. 

A massa magra mais afetada com esta manobra é a muscular, que representa os tecidos com grande demanda energética. Reduzindo seu tamanho, estaremos cortando despesas e com a matéria-prima que o constitui, estaremos aumentando a receita. 

O jejum, muito comum em algumas religiões ou mesmo por pessoas que acreditam ser a forma ideal de redução da gordura corporal, se apresenta ao organismo como um grande abalo na homeostase energética. 

Isto pode acontecer em qualquer hora do dia. Imagine você acordando atrasado, saindo correndo de casa e chegando ao trabalho. Com muita sorte você conseguirá ingerir algum alimento na hora do almoço. Isto representa pelo menos doze horas de jejum (se você foi dormir a meia noite e almoçou ao meio dia). Durante essas doze horas seu organismo se viu obrigado a manter a concentração de glicose sanguínea, mesmo tendo saído do repouso (sono) para o período ativo de trabalho. 

Quais são as consequências do jejum? 

- redução da capacidade cognitiva: isto quer dizer que você levará mais tempo para resolver uma tarefa simples quando comparada ao estado alimentado; 
- sua capacidade de concentração será reduzida; 
- a cada vez que repetir o jejum o organismo irá estimular o aumento das reservas de gordura corporal; 
- redução da massa magra (especialmente a massa muscular). 

Outra situação ainda mais drástica é daquele indivíduo que acorda em jejum e em seguida se submete a uma atividade física. 

Neste caso, além das consequências já citadas, teremos ainda o risco de hipoglicemia (redução da concentração de glicose do sangue) que pode resultar em perda momentânea da consciência e/ou dos sentidos. 

Podemos impedir todas estas ocorrências com atitudes bastante simples, como: 

- Evite períodos longos sem a ingestão de alimentos, consuma uma fruta ou suco entre as refeições principais; 
- O café da manhã é fundamental para romper o jejum noturno; 
- Evite o consumo de grande quantidade de alimentos no jantar, pois a digestão desta refeição se estenderá até o sono, assim consuma também nesta refeição alimentos de fácil digestão (evite alimentos gordurosos); 
- Se o período entre o jantar e o sono for maior que três horas faça uma ceia, com isso o espaço de tempo até o café da manhã será reduzido e estaremos evitando um grande período de jejum.


Fonte: Ethika Saúde

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